K&B - 462
srtaklainesz
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K&B - 462: Chapter 1


E - Words: 1,382 - Last Updated: Oct 24, 2011
Story: Closed - Chapters: 9/? - Created: Oct 09, 2011 - Updated: Oct 24, 2011
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"Voc� quer que eu abra a janela para que voc� possa ver as estrelas?" perguntou o homem que estava sentado ao lado da cama, segurando delicadamente a m�o daquele que estava deitado.

"N�o" respondeu o homem, com a voz fraca. "Eu n�o quero ver as estrelas. Apenas olhe para mim mais uma vez. Quero ver os seus olhos."

O homem ao lado da cama hesitou. Ele n�o queria que o outro visse o que estava se passando com ele. Seus olhos estavam transbordando emo��es, e estava dif�cil conter as l�grimas. Ver o amor de sua vida morrendo aos poucos, estava o matando tamb�m.

"Por favor, olhe para mim" insistiu o outro.

Ele virou o rosto e encarou o homem. Quando os seus olhares se encontraram, l�grimas come�aram a escorrer pelo seu rosto, e ele abaixou a cabe�a, com vergonha por n�o ser forte como deveria.

"N�o chore. Eu sempre estarei ao seu lado" disse o homem na cama, com esfor�o.

"Eu... eu n�o vou conseguir continuar sem voc�" solu�ou o outro.

"Vai. Eu te amo, meu amor. Depois que eu for embora, seja feliz, por mim" o homem parou para pegar f�lego e continuar "seja feliz por mim... e pela nossa filha".

"N�o diga isso. Voc� n�o vai embora. Voc� vai melhorar e voltar para mim e para a nossa filha" disse o homem, desesperado.

"Talvez..." suspirou o outro, "Amor, n�s vivemos tantos momentos maravilhosos. Poucas pessoas conseguem durante a vida inteira viver um amor como o que n�s vivemos"

"Conte-me para mim, mais uma vez. Quero reviver a nossa hist�ria" pediu o homem na cama.

"Sim, meu amor"

Anos antes

Desde pequeno Kurt sempre sofreu com a solid�o. Ser especial n�o � f�cil e ele teve de aprender bem cedo que pessoas especiais devem se acostumar a ter uma vida dif�cil e, �s vezes, solit�ria. … claro que ele tinha alguns amigos, como Mercedes e Rachel; mas parecia que nenhum deles realmente o entendia. Era como estar em uma sala lotada de pessoas e mesmo assim sentir-se sozinho.

Por�m, agora Kurt entrara para a Universidade e uma esperan�a estava morando em seu cora��o. O Ensino M�dio n�o significa nada perto da realidade da vida, e Kurt esperava que esta mudan�a fosse para a melhor.

Kurt procurava no imenso corredor o n�mero 462. Estava tudo estranhamente silencioso para um dormit�rio de Universidade, mas ele pensou que isso talvez fosse devido ao fato das aulas ainda n�o terem come�ado. Kurt mesmo apenas estava ali porque queria conhecer antecipadamente o dormit�rio que iria dividir na Universidade e ver como poderia decorar o local antes que o seu companheiro de dormit�rio chegasse para opinar. … claro que ele iria levar em contar a opini�o do outro morador, mas Kurt sabia que ningu�m no mundo poderia redecorar um lugar t�o bem quanto ele.

Ap�s alguns minutos, Kurt avistou o n�mero 462. "… aqui" pensou Kurt. Ao abrir a porta do dormit�rio, no entanto, descobriu que n�o era o �nico a chegar antes do in�cio das aulas. Haviam dois garotos no dormit�rio, um deles estava sem camisa e os dois estavam agarrados um ao outro. Demorou alguns segundos at� Kurt entender o que realmente estava acontecendo ali.

"Oh meu Deus, me desculpa!" disse Kurt, ao v�-los e correu para sair do dormit�rio. Ele encostou-se � parede pr�xima e procurou respirar lentamente. "Ent�o � isso. Havia dois caras prestes a... oh Deus..." Kurt nunca havia nem visto dois homens se beijarem antes. Na cidade em que morava o preconceito era tanto que at� mesmo os homossexuais que haviam l� tinham medo de sair do arm�rio e andar de m�os dadas com os seus companheiros. Enquanto pensava nisso, em choque, um dos garotos que estava no quarto (o que estava de camisa), foi at� o encontro dele.

"Me desculpe por aquilo. Voc� deve ser o meu companheiro de dormit�rio. Eu realmente pe�o desculpas. N�o fazia ideia de que voc� viria hoje" desculpou-se, falando bem perto de Kurt, o que fez com que ele notasse as grandes e incr�veis sobrancelhas do garoto.

"N�o tem problema" mentiu Kurt, ainda ofegante.

"Bem, seja bem vindo. Meu nome � Blaine"

"Kurt" respondeu, seguindo o outro garoto para dentro do dormit�rio.

Ao entrar l�, Kurt percebeu que o outro garoto j� n�o se encontrava no local. "Me desculpe, eu n�o queria ter atrapalhado voc�s dois" disse, ainda na porta do dormit�rio.

"Ah, n�o se preocupe com isso" respondeu Blaine, despreocupadamente, enquanto arrumava a sua cama, que estava completamente bagun�ada. "Entre, a casa � sua tamb�m" disse Blaine, percebendo a hesita��o de Kurt.

Kurt sorriu e sentou-se na outra cama.

"Bem, voc� tamb�m veio j� para ficar?" perguntou Blaine.

"N�o. Na verdade, n�o" respondeu Kurt, sem gra�a demais para dizer a verdade.

Blaine n�o compreendeu.

"Eu vim ver se o dormit�rio precisava de alguns ajustes" confessou Kurt. "Ajustes do tipo, uma reforma sabe?"

Blaine riu discretamente e levantou as m�os, em sinal de desist�ncia "Por mim voc� pode fazer o que quiser, eu sou p�ssimo nestas coisas. Sinta-se livre para isso" Nesse momento Kurt percebeu que realmente iria gostar do seu novo companheiro de dormit�rio. Os dois continuaram conversando durante um bom tempo e descobriram gostar de v�rias coisas em comum.

"Kurt, desculpa perguntar isso agora, mas eu preciso saber se h� algum problema em voc� dividir o quarto comigo"

"Por que teria algum problema?"

"Porque, como voc� viu... eu sou... gay" disse, sem gra�a.

Kurt sorriu "N�o se preocupe. Eu tamb�m sou gay" e os dois riram juntos. "Aquele era o seu namorado?" perguntou Kurt.

"Ah... bem, n�o. Eu n�o tenho namorado" respondeu Blaine, tentando n�o olhar diretamente para Kurt. Kurt percebeu o desconforto de Blaine com o assunto e resolveu quebrar a tens�o, levantando-se e indo at� a janela.

"Eu estava pensando em trazer uma cortina para colocar nesta janela. O que voc� acha?"

"Eu acho �timo" concordou Blaine, sorrindo.

Kurt, eventualmente, mudou-se para o dormit�rio e as aulas na Universidade come�aram. Como era de se esperar, Kurt e Blaine come�aram a se tornar grandes amigos, dividindo suas alegrias, angustias estudantis e experi�ncias.

Por�m, a �nica coisa que incomodava Kurt eram os momentos em que Blaine trazia algu�m para o dormit�rio. Blaine o avisava com anteced�ncia, mas mesmo assim, Kurt n�o compreendia a raz�o para Blaine ter tantos casos sem significado.

Um dia, os dois estavam assistindo juntos a um filme em seu dormit�rio, cada um em sua respectiva cama, quando Kurt respirou fundo e finalmente fez a pergunta que tanto o incomodava.

"Blaine, n�s somos amigos, certo?" perguntou hesitante.

"Claro" respondeu Blaine, virando para olhar Kurt.

"Me responda uma coisa, e eu realmente espero n�o estar ultrapassando a linha aqui... mas eu queria saber por que voc�... tem tantos casos, com tantos caras diferentes?" perguntou, j� se arrependendo do que estava dizendo, pois n�o queria magoar o amigo.

Blaine fechou os olhos e respirou fundo. Ele n�o esperava por esta pergunta e isso o incomodava.

"Voc� n�o precisa responder a isso. Me desculpe, Blaine. Vamos continuar vendo o filme"

Blaine concordou com a cabe�a e voltou os olhos para a tela do laptop onde estava passando o filme. Durante todo o tempo restante do filme, o �nico som no quarto era dos personagens do filme.

Quando o filme terminou, Blaine desligou o laptop, ainda sem falar nada. Kurt olhou para o amigo com pesar, levantou-se e avisou que iria tomar um banho. Ao sair do banho, Kurt viu que Blaine j� se encontrava dormindo, tendo deixado apenas a luz ao lado da cama de Kurt acesa.

Kurt estava arrependido do que tinha dito e esperava n�o ter estragado tudo. Fazendo o m�ximo de sil�ncio poss�vel, ele vestiu seu pijama e deitou embaixo das cobertas.

"Eu n�o sei por que fa�o isso" a voz de Blaine ecoou pelo quarto. Ele n�o estava dormindo, ao que parece "Eu acho que tenho medo"

"Medo de qu�?" perguntou Kurt, quase em um sussurro.

"De me machucar... de novo"

"Voc� quer falar sobre isso?"

"Kurt, me desculpe, mas hoje n�o"

Kurt percebeu que Blaine n�o estava bravo com ele. Na verdade, ele estava triste com si mesmo e com sentimentos que ele queria evitar. Kurt n�o iria insistir na conversa, mas ele percebeu que havia muito mais na hist�ria de Blaine do que ele imaginava.

"Blaine, apenas saiba que eu sempre estarei aqui para te ouvir"

"Eu sei. Obrigado, K. Boa noite" disse Blaine, sorrindo.

"K?" riu Kurt.

Blaine ficou sem gra�a e riu nervosamente. "Eu s� acho legal quando amigos se chamam por apelidos... n�o tem problema se voc� n�o gostar, Kurt"

"Na verdade, eu gostei. 'K' � legal. Boa noite, B"

"Boa noite, K"


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